Terminada a fase da suspensão dianteira, que foi bastante trabalhosa, finalizamos com a instalação dos amortecedores traseiros da Progressive Suspension, modelo 444.
Aqui a ideia foi manter a mesma altura original da suspensão traseira da 48, mas com amortecedores que se regulam automaticamente às condições do solo e, ainda, que contam com molas progressivas, de maneira a tornar a condução mais confortável e também mais segura.
Esses amortecedores são vendidos de acordo com as especificações fornecidas pelo cliente, seja quanto à altura (a partir de 11 polegadas), calibragem (soft, standard e heavy duty) e cor (cromado e preto, tanto para o corpo do amortecedor, como para a mola).
Essa foi uma ótima escolha, considerando a precariedade das nossas ruas e estradas, de um lado, e a limitação dos amortecedores traseiros originais da 48, de outro lado. Uma pena que esses amortecedores custem tão caro nos próprios EUA onde são fabricados e montados.
Compondo o visual dos amortecedores, instalamos os mesmos parafusos, porcas e espaçadores originais, mas todos devidamente cromados.
Uma vez ultrapassada a montagem da suspensão traseira, voltamos a nossa atenção para a parte dianteira, mais especificamente para o guidão da Roland Sands Design (RSD).
Foi escolhido um modelo de 14 polegadas de altura e 1 1/4 polegada de diâmetro, na cor preto fosco e com as aberturas para a instalação interna dos fios elétricos dos punhos originais.
Essa foi outra fase de instalação muito demorada e trabalhosa, demandando boa dose de paciência e criatividade.
Inicialmente, percebemos que a parte inferior (cantos direito e esquerdo) do guidão não encaixava no suporte original da 48 em razão do uso dos reguladores de compressão das molas dianteiras, também da Roland Sands Design, que eram muito altos para esse tipo de guidão.
Ou seja, o guidão não “dava aperto” e seria necessário instalar uma espécie de riser ou suporte de guidão na 48, ideia que não agradou, pois o guidão ficaria ainda mais elevado.
E. não bastasse esse problema técnico na instalação, a cor escolhida – preto fosco – não combinou com o restante da moto, principalmente com os manetes e punhos elétricos.
Nesse momento entrou em cena a experiência e a criatividade do Paulinho Henn.
Se o guidão não “dava aperto”, por que não diminuir o diâmetro dos tubos nas curvas (cantos) direita e esquerda?
A ideia era boa, pois o guidão seria mantido na mesma altura e posição que tinhamos previsto, mas como fazer?
Para o Paulinho, acostumado aos piores obstáculos na customização e instalação de peças, ficou fácil. Ele foi até o nosso torneiro mecânico e simplesmente pediu para “amassar” parcialmente as curvas inferiores do guidão.
O resultado ficou sensacional, como se pode observar da foto acima. A estrutura do guidão não foi comprometida e o encaixe ocorreu sem maiores transtornos, possibilitando ainda o amplo acesso aos reguladores de compressão das molas da suspensão dianteira.
E mais, o trabalho do torneiro mecânico retirou parte da tinta original do guidão. Daí juntamos o útil ao agradável e levamos o guidão para a pintura eletrostática na cor preto brilhante.
Tudo isso levou quase três semanas, entre testes, erros e acertos. Nada se consegue facilmente na customização de uma moto, por menor que seja o projeto. Paciência e (muito) tempo são fundamentais.
O próximo passo foi encomendar todos os cabos novos (embreagem, acelerador e freio dianteiro) com a malha de aço que também chamamos de aeroquipe.
Mais uma semana de espera e iniciamos a montagem completa do guidão.
Em seguida, instalamos os manicotos e punhos elétricos e os manetes da Roland Sands Design e os cabos aeroquipe
Do lado esquerdo (embreagem), tudo deu certo na primeira tentativa.
Mas quando fomos instalar o manete direito (freio dianteiro), veio a ingrata surpresa…
Simplesmente não encaixou.
Mas como poderia ser? Essa 48 foi comprada 0 km, ano e modelo 2014, e todas as peças foram cuidadosamente escolhidas e importadas para esse modelo 2014, considerando as alterações promovidas pela Harley Davidson no freio dianteiro e escapamentos com a adoção do ABS para a linha Sportster.
Bem, por algum motivo, totalmente desconhecido por nós, o manete direito não “casava” com o suporte/manicoto. Devolver a peça para os EUA custaria outra pequena fortuna e atrasaria ainda mais a conclusão do projeto. Nesse ponto a moto já estava “em construção” havia pelo menos dois meses.
Mais uma vez o Paulinho apareceu com a sua experiência e orientou o torneiro mecânico a “refazer” a parte interna do manete, além de criar parafusos especiais para combinar com o acabamento das peças da Roland Sands Design.
O resultado:
A peça fabricada pelo torneiro mecânico aparece aqui na sua cor natural (alumínio), mas será oportunamente pintada de preto brilhante (eletrostática) e polidas as pequenas cavidades.
Nessa brincadeira foram mais duas semanas e a moto ficou no torneiro mecânico. Mas deu certo e ficou melhor do que esperávamos.
Por fim, instalamos os cabos com malha de aço.
Epa!!! O aeroquipe cromado não combinou com o restante do guidão. Ficou esquisito na nossa opinião.
Então desmontamos tudo novamente e encomendamos novos cabos com malha de aço na cor preta. Montamos, então, as manoplas, os manetes (e seus suportes feitos sob medida), a tampa do reservatório do fluido de freio dianteiro, todos da Roland Sands Design, além do farol de LED do catálogo da Harley Davidson.
Pronto, demorou, mas terminamos a parte dianteira e tudo funcionou perfeitamente.
É isso aí.